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Miss Gemini's Blog

Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras... Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.

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Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras... Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.

Traumas da infancia

Os anos passaram por ela sem que ela os pesasse. Chegou a adulta sabendo que nao tinha tido uma infância facil, tinha tido uma infância normal. Com altos e baixos, com poucas possibilidades monetarias, com casamentos e divórcios... assuntos dos quais ela nao deveria queixar-se pois a sua mae sofria mais. Para a sua mãe era sempre pior. Como poderia queixar-se de ser chamada de "puta como a mãe" na escola (e até pela familia) se a mãe trabalhava duramente para sustentar as duas? Como poderia queixar-se de a mae nao lhe dedicar tempo nenhum quando a mae sofria de depressões constantes?

Ela aprendeu tão bem que enfiou para o sub-consciente todas as suas memórias da infância. A vida ía passando e tudo o que ela nao podia deitar cá para fora chutava para o sub-consciente, esquecia.

Quando começou a ter comportamentos depressivos, começou a estudar formas de se levantar. E leu sobre uma que aconselhava terapia para resolver questões da infância. Foi quando ela percebeu o quanto estava mal formada porque nunca tinha lidado com o que a incomodara. Tinha para si que era culpada de tudo o que lhe tinha acontecido e essa culpa limitava-a ao tirar-lhe valor, auto-estima e achar-se desmerecedora de amor. Agarrava-se à primeira migalha de amor que recebia, com unhas e dentes, e reparou noutros comportamentos repetitivos que ela tinha e que nao a levavam a um lugar mais feliz.

Neste tipo de abordagem há uma linha tênue entre resolver magoas do passado e vitimizarmo-nos. Ha uma linha tênue entre livrar-nos de culpas insensatas e acharmos que somos o que somos pelo que nos fizeram, passando a culpa de nós para os outros. Esse comportamento vai tornar-nos ainda mais frágeis, egocentricos e agarrados à dor.

Todos tivémos infancias dificeis, mas todos tivemos (na maioria do tempo, pelo menos) comer, um teto para dormir e ja nao tomámos banho de bacia com agua aquecida ao lume. Todos tivemos luz, agua e um cobertor. A nossa infância nao foi a pior do mundo.

Nos não somos o que nos acontece, somos o que fazemos com o que nos acontece!

Era aqui que ela queria chegar. Poder olhar para o passado com compreensão e empatia por quem a magoou, mas sem peso no peito. Saber que as suas escolhas nao sao mais baseadas em crenças infantis ou traumas mal resolvidos. Saber olhar para si e ver quem realmente é. 

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