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Miss Gemini's Blog

Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras... Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.

Miss Gemini's Blog

Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras... Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.

Growing

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- Estás feliz?

A pergunta que o mundo quer calar. E qual é a pergunta que nos faz descer às nossas profundezas que o mundo, como quem diz a nossa mente, não queira calar?

Todos queremos evoluir e todos sabemos que evoluir dói. Nem todos sabemos que a evolução não depende da nossa vontade e nem todos, ou nem sempre, estamos prontos a admitir que, ao contrário do que a sociedade prega de que devemos ser gratos e felizes e leves, nem sempre estamos nesse estado.

Podemos até saber que devemos dar graças pelo teto das nossas casas, pelo dinheiro que nos paga a luz, o banho quentinho e o conforto da nossa cama, o amor de quem nos rodeia e a saúde que temos para trabalhar, a vida de mais um dia.

Nós sabemos. Mas não conseguimos. A luz parece inacessível no fundo do túnel que descreve o nosso caminho, o sorriso não vem naturalmente , as borboletas emigraram para bem longe e o entusiasmo perdi-o de vista. Passa a haver uma luta entre o

'Devia estar feliz pelo que conquistei.'

e o

'Andas triste, o que se passa (desta vez)?'.

 

A luta de uma ansiosa que sabe ter tudo o que precisa mas não vê prazer em nada. Aparecem os dias em que apetece mudar tudo, começar do zero, mas não sabe o que lhe falta,  porque sempre falta, porque nunca chega.

"E se o mal é meu por não reconhecer o bem?

E se o mal é meu por não valorizar o que tenho?

Todos tão felizes no seu propósito e eu continuo numa busca (incessante) pelo meu... que ingrata eu sou."

 

A vida mudou nestes últimos meses, e eu cada vez mais ansiosa, cabisbaixa, triste e insatisfeita. Descarrego no trabalho, nos amigos, na família. Mudo de trabalho, levo umas quantas chapadas, percebo que nada é garantido, nem família, nem amigos, nem respeito ou consideração. No mundo tudo é permitido hoje em dia e os sentimentos ou dedicação perderam todo e qualquer sentido, e temos que estar prontos para isso.

Com isto percebo também que não sou obrigada a aceitar o que apetece aos outros. Não pago esse preço para ser aceite. Não mais.

Foi nesse dia que algo mudou em mim, no dia em que deixou de me cortar o peito, e marcar as olheiras. Perdi a vontade de me justificar. Perdi a necessidade de me culpabilizar. Aceitei a possibilidade de ter uma imagem distorcida de mim. Percebi que devo ser mais compreensiva com as dores dos outros, sem as absorver. Afinal, só compreendemos sem esforço aquilo pelo qual já passámos mas nunca passamos todas as dores do mundo.

O sorriso começa a aparecer sozinho, o ideal de vida adapta-se à realidade, as prioridades estabelecem-se e a necessidade de tratar de mim aumenta.

Hoje sinto que ninguém é para sempre. Hoje sinto que as dores não são para sempre. Assim como os momentos bons. Hoje vejo que relativizar é a chave e que aprender isso não depende só do querer. Soltar um riso no meio do choro é o que me faz forte e aquilo em que acredito hoje posso não acreditar mais amanhã. E está tudo bem. Não tenho que provar nada a ninguém. Não tenho que esconder tal como não tenho que mostrar.

A nossa vida é a nossa obra de arte, é para te fazer feliz, é o que tu fazes dela!

Largar um livro a meio porque não me seduziu. Passar um tempo sem ler ou ouvir podcast ou me instruir dando-me simplesmente o direito de estar, em paz. Não gostar da musica TOP nacional. Não seguir o plano alimentar à risca. É um direito meu. Não tenho que seguir padrões, não tenho que encaixar. Não tenho que absolutamente nada e hoje percebo que tenho tanto para conhecer em mim.

Os pesos desaparecem de dia para dia. O que era peso hoje é prazer. Vi que só depende de mim decidir se faço por prazer ou por favor. Sentir solidão ou prazer em ter um tempo para mim. Vitimizar-me ou dar graças por tudo o que a vida me deu.

Não sei se se identificam (nem se leram este 'testamento' até ao fim), se como eu perderam a identidade no meio de tanto frufru ao qual temos acesso hoje em dia, mas se foi o caso, desejo que um dia se sintam livres para simplesmente se conhecerem e serem. Porque ninguém morre por não ser popular, ou por não ter a aprovação de todos, ou por ser quem é.

Desviei-me e deixei-me levar pelo que devia ser, esquecendo-me de quem era realmente. Espero que dentro de vocês algo desperte...

o direito a serem livres, de fazerem as vossas proprias escolhas.

 

S.

Enough

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A vontade de evoluir como ser humano é muita, a vontade de relativizar, não dar demasiada importância, não deixar a sua paz se abalar por ninharias.

Mas...

e se essas ninharias realmente me abalam? E se eu, na realidade, não quiser ter que fingir que não vejo algo que me desagrada? E se essas pequenas coisas começam a ser muitas e a deixar-me insatisfeita? Devo ignorar para me manter em paz? Devo deixar para lá ao ponto de me perguntarem o que se passa e eu ter vontade de dizer mil coisas mas não as deixar sair para evitar conflitos?

Não confundir o querer ser uma pessoa evoluida e madura com aceitar coisas que te tiram a paz. Não confundir o que aceitas com o que mereces.
Não podes moldar o outro, mas não tens que aceitar algo que te magoa ou te deixa insegura.

A vida passou

 

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A vida passou, ela aprendeu, esqueceu, relembrou e desaprendeu. Quantas vezes foram necessárias.

Esqueceu de não amar quem a magoa. Esqueceu de guardar mágoas.

Relembrou como sarar feridas e como é sentir-se grata por cada amanhecer.

Aprendeu a não ficar no chão e que o mais importante está no que é e não no que tem.

Desaprendeu tudo isso, desaprendeu a sorrir, a sonhar, e a maior luta foi recuperar isso mesmo.

A vida passou e ela sabe, hoje, o que é esquecer de amar,

sentir que não se é merecedor e que não se marcou a vida de ninguém.

O sentimento de ser inferior, invisível, sem valor... esse ela conhece.

E hoje ela conhece o poder de amar, acima de tudo, de todos.

Porque ela é o que sente, ela é amor, ela é carinho, ela é dedicação.

Hoje ela sabe que qualquer peito pesado se torna leve, que o amor nao é pesado, que o carinho é solução.

A vida passou, e ela soube transformar a 'merda' em estrume a alimentar o seu proprio jardim.

 

S.

 

Dias..

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Dias difíceis, em que a nossa segurança se vai, o amor próprio tira férias e o medo aparece em forma de gente no nosso ombro. Dias em que o coração aperta e gostaríamos que o amor que os outros têm por nós nos chegasse e se expressasse como nosso.

É nesses dias que me obrigo a pensar que o que tiver que ser será. Que se alguém estiver ao meu lado terá que ser porque quer, porque ama e porque no meio de mil opções, me escolheu a mim.

Porque se alguém tiver que me trair, deixar ou magoar, vai fazê-lo, pouco interessando se tenho esse medo ou não.

E porque se é para isso não o quero sequer ao meu lado e quanto mais depressa for, melhor. Ao meu lado quero quem me respeita e me ama, hoje. Se amanhã isso mudar, logo terei que lidar com isso, e lidarei, sempre de coração cheio de esperança de que o melhor está por vir.

 

S.

Para quem voa

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Para quem voa e se afasta de "casa".

Para quem passa mais tempo fora do que dentro.

Para quem vê num simples avião ora a chegada da felicidade ora o negro de mais um ano longe.

É sempre quando nos aproximamos das nuvens. Tanto na subida como na descida.

Na subida da ida aparece o sossego de estar quase,  de ter acabado "o ano". Na descida bate aquele friozinho na barriga e a ansiedade e sede de finalmente viver.

A subida da volta é a certeza de que não há volta a dar, "o ano" começa. E na descida.. Aquele desespero que nos corrói, a negação, o "não quero, levem-me daqui, não consigo", às vezes o "vamos lá pensar que são só mais uns meses", um acumular de um coração que transborda e de uma mente cheia de bons momentos e o medo, ai o medo, de que quem lá ficou nos esqueça, aprenda a viver sem nós, não precise mais, como nós precisamos.

E é sempre quando nos aproximamos das nuvens que a turbulência aparece e nos agita a memória.

E a alma.

 

S.

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