Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras...
Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.
Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras...
Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.
Tu, que dizes sempre "este ano é que vai ser"... e foi. E desta, tens a certeza que foi diferente.
Foi um ano cheio de emoções, muita mas mesmo muita luta, contigo, com os outros, pelos outros.
Foi um ano que sem dúvidas nenhumas te mudou e mudou a tua vida para sempre.
Foi um ano que te ensinou a toque de pancada, e que te feriu irremediavelmente. E se há feridas que nos mudam não é ?...
Este ano foi sem dúvida diferente. Hoje sabes o que amas, a quem amas, o que queres e o que permites. Por uma vez sabes o que queres... tu, que sempre disseste saber o que não querias.
Hoje sentes-te mais completa, mais madura sem perder a coragem infantil que te permite não te perderes. Mas mais pesada também. Porque andas com esse passado às costas? Se hoje sabes o que é importante para ti, o que te leva para a frente e finalmente decidiste que queres andar para a frente...?
Viveste, sim.. sofreste, foi um ano macabro... e aprendeste, valha-te isso. Nao achas que está mais do que na hora de agarrar a aprendizagem e largar tudo o resto?
Este ano foi sem dúvida diferente, este ano permitiu-te encontrares o teu lugar. Não o percas de vista.
E quando baterem as doze badaladas enche o peito de ar, enche-te de coragem, enche-te de amor e não olhes mais para trás.
Há seis anos atrás, por esta hora, estava num mar de lágrimas acabada de me despedir dos que mais amo e a caminho do aeroporto para vir passar uma temporada fora. Nunca soube ao certo o tempo que queria passar fora.. estava apenas cansada de contar os tostões até ao fim do mês e de viver numa sociedade de gente mesquinha que só está bem com o mal dos outros e a tratar da vida de quem não lhes diz respeito em vez de tratar da sua.
Precisava de mudar de ares, recomeçar longe de algumas coisas e testar-me, desafiar-me. E foi bem isso que fiz.. desde aprender a língua, os costumes, a história e a maneira das pessoas se relacionarem. Novos valores, novas cidades, novas formas de vida, novos caminhos, novas necessidades. Mas uma nunca passou... a de voltar a casa.
Este ano chega ao fim, um ano particularmente difícil. E mesmo assim o que sinto é uma paz enorme. Não sei o que o destino me reserva mas sinto que depois de tudo o que batalhei nos últimos 6 anos, venha o que vier... i'm ready!
Só tenho a agradecer, sinto-me tão diferente da Sofia que saiu de casa.. Estranho como tudo mudou mas a verdade é que me fez muito bem.
Hoje sorrio mais, divirto-me mais, preocupo-me menos. Hoje selecciono com quem me dou e com quem vale a pena perder tempo. Hoje os ombros estão mais largos mas o coração está mais cheio e a alma mais grata. Hoje sei que o dinheiro não nos traz felicidade mas ajuda muito, que estar longe nem sempre é mau, que a única responsável pela minha vida, erros e medalhas sou eu. Hoje sei que me faz mais feliz um abraço de boa noite do que um jantar na marisqueira à beira mar. Hoje sei que sou amor, e que isso foi a única coisa que restou de toda a miséria que vi(vi).
Hoje sinto-me melhor, comigo mesma, e muito orgulhosa da puta de coragem que tive até agora. Se continuarei a ter?.. Não sei.. nem sei se valerá a pena. Mas que cresci.. cresci.
Vivam, sejam felizes, soltem o que não vos agarra, soltem-se, atrevam-se, ousem, arrisquem, deixem as hipocrisias, falsidades, o 'tens que', 'deves', 'parece bem'... Qual a parvoíce de escolher fazer algo que não nos faz bem? Qual a estupidez de perder o que temos de mais precioso, o nosso tempo, com algo que nos magoa ou nos limita a ser incompletos? Não basta já as funções a que a vida às vezes nos obriga? E o nosso tempo livre? Qual a piada de viver com essa loucura semi-cerrada dentro de nós ? É peso desnecessário, é impedirmo-nos de sermos soltos, leves e felizes. Deixa sair essa loucura, deixa viver os teus instintos, permite-te fazer o que queres, o que sentes, no momento, por muito estúpido que pareça. Dá-te ao luxo (não deveria ser um luxo sequer) de cantar em público se te apetece, de dançar no meio da rua, de te atirares ao mar numa noite qualquer, de sair de casa às 5h da manhã só para ires ver o nascer do sol a beira mar, de abraçar alguém sem motivo... Se te apetecer fá-lo! E esquece.. Tudo o que te prende, tudo o que te maguou, tudo o que te transmite negativismo, porque o veneno só faz mal a quem o engole.
Não são os outros que sofrem as tuas dores, não limites a tua felicidade em função deles. Vive 💚
Olá 2016. Olá ano novo. Olá deixar de ser besta. Olá saber distinguir quem merece.
De tanto pensarmos no bem estar dos outros e tentar ajuda-los e estar sempre disponíveis acabamos por ser muito maus para nós próprios.
Não quero com isto dizer que nos devemos tornar frios e maus com todos, óbvio que não, mas nós sabemos quem realmente nos quer bem independentemente do que damos, oferecemos ou compramos.
Quem nos quer bem, quer ver-nos bem, sertir-nos bem e nao nos levarà a fazer nada contra o nosso bem.