Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras...
Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.
Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras...
Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.
As voltas que a vida dá, nunca ninguém as espera, mas triste de quem não as recebe de braços abertos. Se há coisa que sabes é que a vida sabe o que faz, e essa mania de acreditar no que ela quer fazer de ti é o que te permite viver em paz com esse turbilhão de sentimentos por antecipação. Quem diria, não é? Pensares no que eras / querias há dez anos atrás... e veres que estavas longe de imaginar o que a vida te reservava. E é tão bom, não é? Feliz o que não sabe pelo que espera, mas espera. Feliz daquele que não sabe o que aí vem, mas sorri, e abraça, e dá, e ama.
Agora uma pergunta para a noite... e daqui a dez anos?
"Dou por mim a sentir-me completamente fora do meu elemento. Quanto mais vagueio pela internet mais acho incrível como se perdeu a noção de espaço e respeito pelo próximo. é sempre bom relembrar que a minha liberdade termina onde começa a tua, e que estar protegida por um ecrã não me permite faltar ao respeito a ninguém. Interessante tambem como a internet nos causa stress, ansiedade e dependência. Lembro-me que deixei de fumar por não concordar estar dependente do cigarro, fosse na escolha dos sítios onde ir, na má disposição que me invadia quando não podia ir fumar quando esperava, na perda de tempo ao frio para fumar. E recentemente apercebi-me da dependência das redes sociais. Eu trabalho nelas, é verdade, e talvez por isso se tornou uma obrigação publicar, ter mais gostos, mais followers, mais sucesso, a melhor foto, a melhor luz... e a frustração quando não se obtém o que se espera... e então pensei:
E se hoje parar. Se hoje passar o dia com quem amo sem tirar selfies. Se for ao restaurante sem tirar foto ao prato. Se for ver o por do sol à beira-mar sem o mostrar? Se passar o dia sem fazer nadinha e sem que isso me incomode? Se hoje simplesmente bloquear aquele perfil que só vem para envenenar. Se hoje me der o direito de ver só o que me faz bem, o que contribui para a minha felicidade e/ou aprendizagem?
E se hoje pensar - e principalmente sentir - que não sou obrigada a absolutamente nada. Que gostos não resumem carácter. Que não passam de redes sociais, efémeras em todo o seu esplendor, que posso simplesmente largar, como me largam a mim."
Adoro escrever, é a minha maneira de falar comigo mesma, e nem estava para publicar este post mas... espero que ele possa ajudar ajudar alguém como me ajudou a mim ;)
Sempre me disseram ou mostraram que chorar era um acto de cobardia. Mulher que é mulher não chora!
E aí vem a vida e mostra-me que chorar em frente aos outros é que não pode ser, porque alegra quem nos quer mal e entristece quem nos quer bem. E porque chorar em frente aos outros dá outra dimensão à coisa, dá outra realidade ao sofrimento. E porque chorar em frente os outros mostra o quanto a nossa capa não passa de capa, mostra o quanto somos frágeis e sentimentais.. E fracos!
Porque somos fracos, todos somos fracos, todos temos momentos de fraqueza, mas hoje em dia livre-se de quem o mostrar! Não pode ser.. Somos todos fortíssimos guerreiros que nunca vacilam, e pelos vistos nem respiram. Nem sentem. Nem vivem.
E aí vem a vida e mostra-me que por vezes o choro é o único alívio da alma. O que fazer quando nos cansamos de fingir sorrisos? Sim porque escolher ser feliz é muito bonito e tal mas há dias, e não me fodam, há dias em que por mais que queiras não és capaz. O que fazes com esse nó na garganta? O que fazes com esse mau estar e vontade de gritar, voar, desaparecer, parar o mundo e sair? Choras! Choras até te apetecer.
E aí vem a vida e mostra-me o quanto chorar faz bem, o quanto chorar é legítimo a quem também sorri, o quanto as lágrimas limpam o que de mágoas temos cá dentro e que têm que sair.
Quando tiver que chorar, vou permitir-me fazê-lo, tanto quanto me apetecer. Não é menos cobarde quem se permite ir sofrendo, ir destruindo, ir andando e arrastando uma dor que precisa sair. Sem chorar. Somos como sacos, que enchem, transbordam e precisam de ser esvaziados de tempos a tempos. E não há nada de errado com isso.
E aí vem a vida e ensina-me a chorar sempre que precisar, tudo de uma vez, e a não mais chorar pelo mesmo motivo outra vez.
Os dias passam, as horas passam e tudo o que ela queria era estar aí, ser aí, sem que saiba onde é o aí e tendo apenas como certeza que só seria aí contigo.
Pensei como título "dias que passam mas não marcam" e assim que isto me veio à ideia senti que era exactamente o oposto... marcam.. Marcam demais para uma alma tão despreparada.
Onde te perdeste menina? Onde deixaste todos os sonhos, todos as alegrias, todas as lutas? Vieste sem sonhos lembras-te? Vieste vazia e assim continuas. Estará na hora de enfrentar as verdades ? Ou estarás tu a arranjar-te desculpas "nobres" para poderes desistir do que não suportas mais? Estás cansada de estar sem ti, e até que ponto estas pronta a recomeçar ? Até que ponto não esperas ou idealizas mais do que será realmente? E se lá chegares e simplesmente.. Não viveres mais lá? Será realmente que a tua lição está aprendida e era apenas esta a ideia do destino?
Os dias passam, as horas passam, os aniversários passam, as festas passam, os mimos passam sem que tu os sintas, continuas longe demais para isso.
A solidão não te larga mas já te habituaste, as saudades são as únicas filhas da mãe que não dão tréguas. Por outro lado sabe bem não contar os tostões, estar longe dos falatórios mesquinhos e não teres que dar contas da tua vida. Mas e as saudades? Quando se junta a solidão, admite, não há ordenado que pague as noites que adormeces lavada em lágrimas.
Ah os abraços, ganharam outro sabor.. Os sorrisos, os momentos passados em família, em amizades, em amor. Os dias passam, as horas passam e tudo isto não passam de recordações.
Não sabes, não sentes, não queres nem pensar. Sabes que esta não és tu. Sabes que incompleta nunca serás feliz. Sabes que não aguentas mais e que te sentes fraca. Tão fraca. Fraca ao ponto de não conseguir reagir, de não conseguir decidir, de não conseguir fazer nada para mudar. Cobardia, cansaço, comodismo.. Um pouco de todos pensas tu.
Os dias passam, as horas passam, e ela continua a não conseguir ser ela, e a não fazer nada para mudar isso.