Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras...
Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.
Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras...
Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.
Tenho por hábito utilizar a expressão "de coração cheio" quando me sinto tão feliz que não cabe no peito. Hoje é diferente. Hoje escrevo com o coração cheio de apertos, cheio de saudade, cheio de amor - sempre o amor - e de vazios. Porque um coração também pode estar cheio de vazios, sabias? E se não são esses os que mais queimam, então eu não percebo nada disto.
Tenho nestes vazios a prova de que sou mais forte do que pensava, e se eu alguma vez me imaginei a viver de vazios... E não vivo.
Tenho nos meus passos a certeza de chegar sempre mais além, e com ela a certeza de nunca ser como eu estou à espera, e que delícia que é não saber o que me espera.
Tenho no meu melhor foda-se a resposta a quem me julga sem calçar o sapatinho, e no coração a compaixão e o desejo de que sejam imensamente felizes.
Tenho no olhar a capacidade de avaliar, conhecer, errar e aprender. E que eu nunca deixe de errar, ouvi dizer que quando se deixa de errar se deixa de viver.
Tenho nos joelhos as cicatrizes de uma infância bem vivida e na alma algumas que nunca conhecerás, não por ser uma mulher super gata e misteriosa, desengana-te, apenas porque estão saradas e bem arrumadinhas.
Tenho na atitude o querer ir sempre em frente, e saber que cair é necessário mas não eterno. E ai de mim se me tiram esta vontade parva de ser feliz. E ai de mim se me tiram o direito de deprimir 1dia, ou 100, já não se pode sofrer, que é como quem diz viver, em paz?
Tenho no peito um coração cheio de tudo, de vazios e amor, de dúvidas e certezas, de ansiedade e paz. E ai de mim se me perco deste caminho intenso entre o Amo-te e o quase te odeio que dá a essência àquilo que sou. E ai de mim se deixo de acreditar que sou uma mulher feliz capaz de fazer os que amo felizes. Oh gaiata complicada esta..
Tenho em mim a noção de nada saber, de tudo querer, de sempre arriscar. E que nunca me tirem esta mania de sempre arriscar e partir a cara e levantar e continuar a acreditar que enquanto o destino for amor, o caminho vale a pena.
Hoje escrevi com o coração na boca, a mente aberta, os pés no chão e os pensamentos bem soltos. E tenho em mim a certeza absoluta que nem sempre será fácil mas que o meu coração me levará sempre ao meu lugar.
Gosto de acreditar que o mundo é cheio de pessoas que amam e são amadas, de pessoas que se sentem no seu lugar como eu me sinto contigo, de pessoas que estão em paz com elas mesmas e com os outros.
Gosto de acreditar que és tão mais feliz comigo como eu sou contigo. Não, não te pus a minha felicidade nas mãos, não, não depende de ti o meu sorriso, nem tão pouco te dei o poder de me derrubar.
Mas dei, de todo o coração, por vontade - muita - e sem favor, o poder de amar e ser amado na mesma medida, a possibilidade de fazeres um sorriso mais feliz, de fazeres o amanhecer mais agradável e o anoitecer mais deslumbrado, de dares todo um novo sentido à minha rotina que te recebeu de braços bem abertos.
E gosto, gosto de acreditar que há mais pessoas a viver um amor lindo assim, um amor sem mimimis, merdas e apetrechos, sem complicómetros e com esta cumplicidade desmedida e inesperada.
Gosto de acreditar que será sempre tudo rosas mesmo eu sabendo perfeitamente que não mas tendo a certeza absurda que conseguiremos lidar com isso. Mas gosto principalmente de acreditar que te sentes amado e genuinamente mais feliz.
Leva-me contigo, na palma da tua mão, porque para loucos bastamos nós, e para apaixonados também.