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Miss Gemini's Blog

Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras... Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.

Miss Gemini's Blog

Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras... Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.

Pela bordinha

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Viver, é bem mais que passar pela vida na bordinha.
Tudo tem cor, tem cheiro, tem brilho. Tudo vale a pena, cada passo, cada risada, cada minuto de olhos fechados consigo mesmo. Cada pessoa, cada animal, cada destino, a nossa casa. Até o mais sincero 'foda-se!'. Tudo te merece por inteiro.
E se para ti não tem, trata disso, trata de ti, estás a perder o melhor. Alguém me disse que eu estava a viver os melhores anos da minha vida... que o arrependimento não nos sirva de consolo.

 

S.

Sabe nada...

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Um passarinho quando aprende a voar, sabe mais sobre coragem que de voo.

E assim é com ela, sabe nada sobre viver, não faz ideia de como fazer mas não perde a vontade de ser feliz.

Sem vergonha de amar, partir a cara e encarar. Sem vergonha de querer ser leve, livre e diferente ou igual a outros tantos passarinhos que aprendem como ela.

Já foi mais genuína? Já. Às vezes falha a coragem? Também. Mas quando deita a cabeça na almofada sabe que amanhã fará tudo de novo.

 

S.

Grande 31

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"Vives de amor" dizes-me tu, e mal sabes o quanto já vivi sem ele. "E nem imagino o quanto já passaste" e se calhar não, e gosto tanto que nem imagines, sinal de que as cicatrizes estão maioritariamente saradas e que a capacidade de me entregar se manteve. "És movida a abraços" continuas tu, e sempre sem saber quanto medo vive em mim. 

O medo, meu bem, essa besta que nos protege de sofrer a 1000... e de amar também. Essa besta que nos tenta impedir de nos darmos com tudo o que temos. Essa besta que nos lembra o quanto não devemos fazer da nossa felicidade responsabilidade de outro. Essa eu conheço. E não lhe dou ouvidos tanto quanto ela gostaria.

E tu ajudas. Sempre. Viraste o meu mundo do avesso e mostraste-me que o verdadeiro sentido da vida é, ainda é, encontrar o nosso lugar, amar, e ser amado, pelo que somos e pelo que fazemos ser.

E mesmo tendo a perfeita consciência de que não somos o outro, de que não o controlamos, nem a ele nem à vida, de que os sentimentos também mudam e de que nem sempre o nosso cuidado com o jardim chega para manter as borboletas... a vontade de amar com tudo o que tenho mantém-se, e supera o medo, chega mesmo a mandá-lo à merda.

Isso devo agradecer-te a ti e a este sentimento lindo que trouxeste contigo. E o teres dado sentido às palavras amor, namoro, respeito, compreensao, tambem.

Obrigada meu amor, feliz dia 31.

 

S.

 

Aos bocadinhos

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Qual é o numero de pessoas que conheces que amam sem medo? Com idades superiores a 20, acredito que muito poucas.

Ah o medo, essa besta que nos quer gerir a vida...

Se temos gosto em saber que só partiremos a cara "um bocadinho" porque só amámos pela metade?... Não, óbvio que não, bem lá no fundo sabemos que gostaríamos de amar com tudo, como se fosse a primeira vez, em que nem sabemos que amamos ou o quanto amamos, em que nem temos noção do quanto metemos a nossa vida nas mãos de alguém, e o coração também. Mas os medos ganharam terreno com os anos e as desilusões.

Não tem que ser mau, protegermo-nos um pouco e termos noção de que a dor passa, a vida continua e que antes de qualquer "nós" existe um "eu". Respeito e amor próprio são lapidados pelo medo. Esta besta afinal até nos pode ajudar, ele mostra o quanto pode ser bom não meter a nossa felicidade nas mãos de alguém, não é peso a ser colocado nas costas de ninguém.

E alguns continuam a arriscar, e a lidar como podem com os medos. E amamos. E tentamos. E, no máximo, fingimos que doeu menos naquelas noites em que o nosso mundo parou, e na manhã seguinte vêm os sorrisos de quem supostamente amou com medo e só sofreu "um bocadinho".

Porque parece bem e nos mostra menos vulneráveis?

Porque realmente fica mais fácil?

Porque pelo menos não parecemos estúpidos apaixonados aos olhos dos outros?

Ou porque sabemos que um dia sem sorrir é um dia perdido e que qualquer dor deve ser vivida mas não mantida? ...

Whatever, só não esqueças que ninguém é estupidamente feliz sozinho, e que amar é, sem duvida, a capacidade mais graciosa do ser humano.

Ama, permite-te amar com tudo, nem que seja em segredo, se isso te faz sentir seguro.

Só não ames pela metade, não te dês pela metade a quem se dá por inteiro, não deixes o medo ganhar porque alguém não amou tanto quanto tu... a vida não merece restos, nem tu.

 

S.

Urgências

 

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Que dia o de hoje...

Acordei feita em saudades, ou vontades, ou necessidades, como lhe queiras chamar.

 

Toda eu sou mistura de sensações e lembranças, apeteces-me tanto.

E lá vem o tanto que tanto faz parte do tanto que somos...

Como é suposto aguentar? Como é suposto agradecer à vida a tua presença se não te posso ter? Como hei-de calar o coração e sossegar a alma?

Não sei o que acordou mais inquieto hoje, o corpo ou a alma, mas sei que toda eu sou urgências hoje.

O que sinto é urgente, o que quero é urgente, o que preciso é urgente..

Não me venham com falinhas mansas, não me venham com paciências ou teorias.

Também não me venham com "eu avisei" ou "já sabias que seria difícil". Sim já sabia, e então, tira a dificuldade por o saber?

 

E não me tirem. Não me tirem estes dias em que te sinto longe como o sol está da lua, não me tirem este formigueiro que me percorre irrequieto e não me deixa descansar, não me tirem este aperto no peito, sentimentos que transbordam, não me tirem esta dificuldade em respirar ao imaginar mais uma temporada sem ti, não me tirem este desespero que se apodera de mim e só pede um toque, um abraço, o cheiro e esse pescoço.

Desconfio que no dia em que me tirarem isso a vida perde o sentido, perde o rumo, perde a razão. E no entanto a razão, essa, já tu a espantaste há muito.

(sobre) vivo de urgências...

 

S.

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