Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Miss Gemini's Blog

Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras... Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.

Miss Gemini's Blog

Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras... Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.

Enxurrada de culpas

IMG_20180529_125643_543.jpg

 

Como um carro a levar uma enxurrada no pára-brisas, assim estava eu a conduzir naquela estrada pela sétima vez naquele dia (ainda faltava a oitava) sem ver um pau a frente, quando me apercebi que não caía do céu um pingo. Há quanto tempo não lavava a alma desta forma. Há quanto tempo não me permitia chorar e gritar a plenos pulmões, sentir o que tenho que sentir para acabar por vir a mim?

Os kilometros fizeram-se sem que eu me apercebesse, todas as emoções vieram a mim em 15 minutos de condução, ou 30, nem sei. Sempre a condução a pregar-me destas partidas.

A revolta, a tristeza, a decepção, a luta, o reconhecimento, a criancisse. Não espalhei o bem. Todos os sapos engolidos, todas as emoções recalcadas, todas as atitudes ou comportamentos por aceitar, todas as lembranças dolorosas, todas as vezes que achei que não merecia... culpei a vida, perguntei porquê eu, porquê agora, não chega já?... a culpa apareceu, óbvio, quem era eu para me estar a vitimizar daquela maneira?...

Depois então agradeci. Agradeci a vida, a saúde, o juízo, a possibilidade de fazer diferente, de fazer. Chamei-me alguns nomes... e reconheci-me.

Se me perguntares porque chorei não te saberei dizer, só sei que me senti leve depois, e que esboçar um sorriso com os olhos massacrados e borrados, a cabeça a querer rebentar e o corpo todo dormente, foi a melhor forma de adormecer.

Agora creio que sim, benvinda a Portugal

 

S.

Demónios

20170808_222454[1].jpg

Demónios, quem não os tem.

E eu sou só mais uma, deserta para encontrar alguém que tenha demónios que lidem bem com os meus.

Quero tanto que me aceites com demónios e sem eles, com paz e turbulência, com garra e sem ela.

Porque sim, sou tudo isso.

Sou o mistério de segredos inconfessáveis e a monotonia de domingos à noite enrolados no sofá à frente da série do momento. Ou daquela que ninguém quer ver, só nós.

Sou a mulher cheia de "vamos mostrar à vida como se joga" e a garota que fica corada com um elogio.

Nem sempre precisarei de ser salva, nem sempre as dores do passado serão insuportáveis. Mas às vezes vão ser.

Sou a que chora de emoção ao ver um abraço entre pai e filho, um mendigo a ser ajudado, e a que chora a rir das tuas piadas e expressões. E como eu adoro as tuas expressões.

Sou a que sai à rua de salto alto cheia de confiança e a que entra em casa com a ideia de que pode não ser suficiente. Sou aquela que apesar de saber que não precisa de um homem para viver, todos os dias pede para que nunca decidas ir.

Cheguei a uma fase em que realmente procuro ser o melhor de mim, de mim e dos meus demónios. A vida ganhou cor, o amor ganhou valor, a paz tornou-se essencial, e esconder-me atrás de ideais deixou de ser opção. Então se for para estar, que se esteja por inteiro.

 

S.

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.