Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Miss Gemini's Blog

Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras... Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.

Miss Gemini's Blog

Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras... Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.

Ser de rua, ou de casa?

Sou do toque. Sou da conversa. Sou do abraço e do ceu estrelado. Sou dos cafes que viram jantares que acabam as 4h da manhã. Sou de recarregar as minhas energias com conversas, com tacto, com pessoas. E se eu estiver a passar um muito mau bocado, o melhor a fazer é tirar-me de casa dizendo-me que estou bem de fato de treino e levar-me a passear. Se estiver nervosa levem-me a andar e deixem-me falar. Se estiver triste levem-me a ver o mar e passeiem a meu lado em silencio. Mas levem-me, porque sair de casa é a unica possibilidade de sair da minha mente num dia escuro.

Não gosto que me toquem, se nao tiver a-vontade comigo. Mas amo abraços. Não gosto de conversas vazias e de circunstância, mas é nas conversas e desabafos que tenho as minhas maiores revelações. Finjo que nao vi um conhecido por preguiça de o cumprimentar e demoro a gostar de alguém. Mas ando quilómetros para conhecer alguém que ja me tenha cativado. Sou de energias, sou de cumplicidades, sou de partilhas.

Durante algum tempo duvidei. A mudança de país mexeu comigo e baralhou a minha essência. A Mlle Santos era diferente da Sofia, inevitavelmente. Reencontrar a Sofia e dar-lhe asas nao foi num dia. Ao mesmo tempo um novo trabalho, novas pessoas, novos desafios, que exigiam uma nova Sofia. A par disto juntei-me, e dividir a vida com alguém também mexe connosco. Passado um tempo perdi a minha mãe e a minha pior versão, que nem eu conhecia, veio ao de cima. Desorientei-me um pouco, digamos.

Durante muito tempo pensei que era mais feliz na rua. Sabem aquelas pessoas que acordam e saem? Nao gostam de passar o dia em casa? Isso! Pensei que era assim. Que so me sentia feliz quando andava la fora. Noutra fase sentia tanta preguiça em sair sozinha que me convenci que gostava era de estar por casa. Ainda hoje preciso dos meus momentos diarios no meu cantinho, com o meu Lucky. E gosto de sabados de limpeza, de cabelo mal amarrado e fato de treino, netflix e um copo de vinho.

Mas ainda assim, eu acredito que a vida é para ser vivida la fora. Nada se passa de novo ca dentro. É la fora que se vê coisas novas, é la fora que o coração salta um batimento, é no vento, é nas cidades que nao se conhecem, é no frio na barriga antes de uns dias de viagem, é num picnic ao fim de semana, é nos dias inteiros de praia com cartas e marmitas.. é lá fora, mas nao sozinha.

Nao sou de rua mas tambem nao sou de casa.. sou de pessoas. Sao elas que me ensinam. Sao elas que me motivam. Sao elas que me fazem esquecer o telemóvel e acreditar num amanha melhor. São elas que dão brilho a tudo o resto. Sao elas que fazem de qualquer minuto um melhor minuto,  um minuto que merece ser vivido, dentro ou fora de casa. Sou das minhas pessoas.

E esta pandemia está a acabar com a minha sanidade mental.

4 comentários

Comentar post

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.