Nem sempre soubeste
Tu sabes mas nem sempre soubeste.
Sabes o quanto aperta cada vez que passas aquelas linhas amarelas e a placa "only passengers". Passas as linhas sozinha, nem sempre determinada, nem sempre corajosa, nem sempre sorridente. Nem sempre sozinha também, mas desta vez sim. E a maior parte das vezes também.
Toca a estupidez a diferença que a vida faz em cada viagem, em cada dia, em cada vai e vem. Hoje.. vais de coração apertado. Cheio, mas apertado. E manda lá foder o cheio perto do desespero de voltar ao país dos outros, à vida dos outros, à rotina dos outros que definem a tua.
Vais de coração cheio mas não vais feliz, vais perdida sem saber o que queres, o que faças, o que sintas. Vais sem rumo, com o único objectivo de ganhar dinheiro.. logo tu que sempre te estiveste a cagar para o dinheiro, logo tu que sempre soubeste que o segredo era precisar de menos. E precisas. De tão pouco. Mas há quem precise de ti. Mais.
Tu sabes mas nem sempre soubeste.
S.