Grande 31
"Vives de amor" dizes-me tu, e mal sabes o quanto já vivi sem ele. "E nem imagino o quanto já passaste" e se calhar não, e gosto tanto que nem imagines, sinal de que as cicatrizes estão maioritariamente saradas e que a capacidade de me entregar se manteve. "És movida a abraços" continuas tu, e sempre sem saber quanto medo vive em mim.
O medo, meu bem, essa besta que nos protege de sofrer a 1000... e de amar também. Essa besta que nos tenta impedir de nos darmos com tudo o que temos. Essa besta que nos lembra o quanto não devemos fazer da nossa felicidade responsabilidade de outro. Essa eu conheço. E não lhe dou ouvidos tanto quanto ela gostaria.
E tu ajudas. Sempre. Viraste o meu mundo do avesso e mostraste-me que o verdadeiro sentido da vida é, ainda é, encontrar o nosso lugar, amar, e ser amado, pelo que somos e pelo que fazemos ser.
E mesmo tendo a perfeita consciência de que não somos o outro, de que não o controlamos, nem a ele nem à vida, de que os sentimentos também mudam e de que nem sempre o nosso cuidado com o jardim chega para manter as borboletas... a vontade de amar com tudo o que tenho mantém-se, e supera o medo, chega mesmo a mandá-lo à merda.
Isso devo agradecer-te a ti e a este sentimento lindo que trouxeste contigo. E o teres dado sentido às palavras amor, namoro, respeito, compreensao, tambem.
Obrigada meu amor, feliz dia 31.
S.