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Miss Gemini's Blog

Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras... Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.

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Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras... Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.

Enxurrada de culpas

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Como um carro a levar uma enxurrada no pára-brisas, assim estava eu a conduzir naquela estrada pela sétima vez naquele dia (ainda faltava a oitava) sem ver um pau a frente, quando me apercebi que não caía do céu um pingo. Há quanto tempo não lavava a alma desta forma. Há quanto tempo não me permitia chorar e gritar a plenos pulmões, sentir o que tenho que sentir para acabar por vir a mim?

Os kilometros fizeram-se sem que eu me apercebesse, todas as emoções vieram a mim em 15 minutos de condução, ou 30, nem sei. Sempre a condução a pregar-me destas partidas.

A revolta, a tristeza, a decepção, a luta, o reconhecimento, a criancisse. Não espalhei o bem. Todos os sapos engolidos, todas as emoções recalcadas, todas as atitudes ou comportamentos por aceitar, todas as lembranças dolorosas, todas as vezes que achei que não merecia... culpei a vida, perguntei porquê eu, porquê agora, não chega já?... a culpa apareceu, óbvio, quem era eu para me estar a vitimizar daquela maneira?...

Depois então agradeci. Agradeci a vida, a saúde, o juízo, a possibilidade de fazer diferente, de fazer. Chamei-me alguns nomes... e reconheci-me.

Se me perguntares porque chorei não te saberei dizer, só sei que me senti leve depois, e que esboçar um sorriso com os olhos massacrados e borrados, a cabeça a querer rebentar e o corpo todo dormente, foi a melhor forma de adormecer.

Agora creio que sim, benvinda a Portugal

 

S.

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