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Miss Gemini's Blog

Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras... Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.

Miss Gemini's Blog

Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras... Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.

É difícil ouvir a minha intuição se não calo a minha mente.

Há palavras que tenho que dizer, por sentir que apodrecem em mim, que me apodrecem por dentro. Sinto-me vazia há tanto tempo que nem me lembro do que é sentir tesão pela vida. Sinto-me vazia, o que é diferente de apática - sentimento que me visitou algumas vezes durante as recorrentes depressões.

Sinto que estou reprimida e a autopunir-me sem saber porquê. Sinto amarras no peito e principalmente na mente que me agarram ao sofrimento e não me permitem soltar. Estou acorrentada a um dia-a-dia medíocre, tendo consciência disso e não conseguindo fazer nada para mudar. O problema está aí. Ganhei consciência. Tive um déjà-vu de uma altura em que me senti genuinamente feliz, leve e livre. Uma altura em que a criatividade fez morada e o entusiasmo me visitava frequentemente. E tive saudades. E olhei-me ao espelho perguntando-me onde raio está essa Sofia. O que lhe aconteceu e porque não a deixo aparecer de novo. Onde a escondi? E porque a mantenho escondida? O que me impede de me sentir assim de novo?

Há pouco tempo disseram-me que esperavam voltar a ver-me sorrir em breve. E essa simples afirmação fez-me perceber que tinham razão, não sorrio há demasiado tempo. Não aquele sorrir por simpatia, mas o sorriso em que os olhos brilham sem razão.

Sinto-me vazia de amor, e isso é assustador para mim. Sei que não perdi a capacidade de amar, mas reduzi imenso o número das pessoas que amo incondicionalmente. E é assustador pensar que posso perder o que achava mais bonito e puro em mim. Perdi a fé nas pessoas. Estará na hora de rever as pessoas que permito na minha vida? Será esta mais uma fase penosa da recuperação? Haverá por aí mais alguém a sentir o mesmo?

Acredito, e sempre acreditei, que o universo nos mostra o caminho, e que quando está difícil ou é crescimento ou é lição por aprender. Mas nem sempre estou em sintonia comigo mesma o suficiente para aceitar os seus sinais. E talvez seja isso que me prende. Estarei armada em teimosa ao insistir num caminho que sei, bem lá no fundo, que não é para mim? Estarei a ignorar deliberadamente os sinais do universo, em que sempre acreditei?

Agora que escrevi, vejo que talvez não faça sentido nenhum para quem lê, mas sentir-se vazia e cheia ao mesmo tempo não é fácil de exprimir, nem para alguém como eu que não costuma ter dificuldades em se expressar. São muitos sentimentos contraditórios a morarem numa mente massacrada pelo overthinking, e no fim de tudo o que prevalece é o cansaço e a frustração.

Continuo na luta porque uma parte de mim insiste que é isso que devo fazer. Sinto necessidade de parar de querer decidir e controlar, soltar tudo e só me ouvir. É difícil ouvir a minha intuição se não calo a minha mente. Por isso vamos por aí. Calar a mente. Largar as redes sociais e as comparações. As frases feitas e as ideias pré-concebidas. Largar até o que acreditei querer e ser até agora. Talvez se me permitir ser (sem controlar, pensar em prós e contras e análises), se me permitir só sentir, só observar, eu volte a encontrar o caminho certo, (re)descubra o que me faz vibrar e consiga libertar a Sofia que anda a gritar por liberdade.

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