Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras...
Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.
Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras...
Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.
E eu sou só mais uma, deserta para encontrar alguém que tenha demónios que lidem bem com os meus.
Quero tanto que me aceites com demónios e sem eles, com paz e turbulência, com garra e sem ela.
Porque sim, sou tudo isso.
Sou o mistério de segredos inconfessáveis e a monotonia de domingos à noite enrolados no sofá à frente da série do momento. Ou daquela que ninguém quer ver, só nós.
Sou a mulher cheia de "vamos mostrar à vida como se joga" e a garota que fica corada com um elogio.
Nem sempre precisarei de ser salva, nem sempre as dores do passado serão insuportáveis. Mas às vezes vão ser.
Sou a que chora de emoção ao ver um abraço entre pai e filho, um mendigo a ser ajudado, e a que chora a rir das tuas piadas e expressões. E como eu adoro as tuas expressões.
Sou a que sai à rua de salto alto cheia de confiança e a que entra em casa com a ideia de que pode não ser suficiente. Sou aquela que apesar de saber que não precisa de um homem para viver, todos os dias pede para que nunca decidas ir.
Cheguei a uma fase em que realmente procuro ser o melhor de mim, de mim e dos meus demónios. A vida ganhou cor, o amor ganhou valor, a paz tornou-se essencial, e esconder-me atrás de ideais deixou de ser opção. Então se for para estar, que se esteja por inteiro.
Aprendeu a dar menos importância. Aprendeu a não deixar o coração apertar por qualquer coisa. Aprendeu que desilusões não matam e que para as evitar basta não criar expectativas. Aprendeu que não se pode obrigar ninguém a dar, e ainda menos a receber. Aprendeu que não tem que correr atrás de tudo ou todos. Aprendeu que dizer não é necessário e que as vontades dela também têm valor. Aprendeu a sorrir, e a rir, sem se culpabilizar. Aprendeu a fazer tudo por ser feliz, em vez de fazer tudo para ver feliz.
Há quem lhe chame crescimento, maturidade ou até egoísmo. Mas visto que ela agora pouco quer saber da opinião alheia, ela acha-se simplesmente no caminho certo, mais certo que nunca.
Um passarinho quando aprende a voar, sabe mais sobre coragem que de voo.
E assim é com ela, sabe nada sobre viver, não faz ideia de como fazer mas não perde a vontade de ser feliz.
Sem vergonha de amar, partir a cara e encarar. Sem vergonha de querer ser leve, livre e diferente ou igual a outros tantos passarinhos que aprendem como ela.
Já foi mais genuína? Já. Às vezes falha a coragem? Também. Mas quando deita a cabeça na almofada sabe que amanhã fará tudo de novo.
Dizem que a vida se mede pelos momentos que nos deixam sem respiração. Concordo.
É quando a pele arrepia, é quando falha o batimento cardíaco, é quando o medo nos invade e a força nas pernas se vai que se vivem os momentos que ficarão na memória e farão tudo valer a pena. É quando nos entregamos de maneira a deixar de querer saber o nosso nome, porque não precisamos, porque sabemos quem somos e com o que vamos seja qual for o nome que lhe queiram dar. É quando falha a voz, o peito dispara com um som, com um cheiro, com um toque. É quando tudo perde interesse a não ser aquele momento que nos é tudo ali e agora.
Mas... e em tudo há um mas porque quem vive sem mas vive mais e bem melhor mas nao é o meu caso.
Como dizia... Mas... a alma também precisa de segurança. O corpo precisa de calma. O coração precisa de sossego. Afinal.. a vida já nos traz tanta merda não é? E como se faz para viver com tudo o que somos sem nos fodermos todos?
Tem que haver meia medida.. tem que haver um tudo de cacos, um pouco de muitos, um tanto de tudo. Uma alma em rodopio constante não pode ser feliz ... e quando falta o abraço que reconforta? O sossego? A certeza de deitar a cabeca na almofada e saber que somos respeitados, que não estamos sozinhos, que é verdadeiro?
Mas não pode deixar de haver emoção... e quando a rotina impera? E nada faz o coração disparar, nada faz vontade?
Tem que haver um tanto de tudo.
Tem que haver tanto de ti e tanto dos outros. Ou não tem que haver nada mas é bom que haja.. porque eu digo-te, se não sabes, que quando nao há vontade, emoção e coração aos pulos , não há vida. E quando o furacao é demasiado grande ou longo, a alma procura paz e o reboliço perde a piada.
É quando consegues sentir o coração tranquilo mas o ar que falha, a consciência leve que leva ao arrepio, o sorriso rasgado sem medos... É ai que encontraste o teu lugar. Até lá.. andaste aos encontrões numa montanha russa... que vale o que vale.
Não, não é dia dos irmãos. Não é o teu aniversário, nem o meu, nem tão pouco o dia da amizade ou do beijo ou do abraço. Qualquer um deles te podia ser dedicado.
Mas hoje... hoje é o teu dia.
É o dia em que mereces que te diga o quanto te amo e me orgulho de ti. É o dia em que mais uma vez acordo contigo no pensamento e peço até a entidades nas quais não acredito que te metam este sorriso lindo na cara e que não o deixem sair. Peço que aguentes, que esperes, que entendas. Que não te falhem as forças, e que se falharem saibas recorrer a mim. Que não hesites em por-te às minhas cavalitas, eu carrego, eu levo, eu quero. Peço ainda mais pelo dia em que esse sorriso virá de dentro, sempre, todos os dias, livre, leve, solto e feliz. Genuinamente feliz.
Sei que nem sempre te digo ou mostro. Sei que às vezes o meu mau feitio impera e a imaturidade tambem. Mas tambem sei que és o meu orgulho. Sei que és o que mais amo no mundo, e no outro, e no outro. Sei que foste o melhor presente que a vida me deu. E amo-te. To the moon and back ☆