Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Miss Gemini's Blog

Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras... Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.

Miss Gemini's Blog

Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras... Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.

Uma luta contigo mesma

"Se fosse bom não estava guardado para ti."

Quem também ouviu isto em pequena? E hoje dá por si a dizer "se fosse fácil não era a mesma coisa, ou não era para mim"?

Eu cresci numa casa disfuncional, e fui criada por uma mulher que, tal como eu, era muito corajosa mas muito frágil. Ela mostrou-me que sabia ser forte em algumas áreas, principalmente quando teve que lutar pela propria vida. Mas mostrou-me ao longo de muitos anos que era fraca em varias outras. Uma mulher é isso mesmo, um conjunto de forças e fragilidades, mas percebo hoje que devem ser bem balanceadas. A minha mãe era fraca na sua autoestima e carência. E era forte na sua garra e determinação. Ía contra tudo e todos se sentisse que para ela fazia sentido, mas quebrava quando lhe faltava apoio. Era forte na sua generosidade e empatia, mas fraca na maturidade emocional e convicções. Era um misto mal equilibrado, que nunca lhe ensinaram a equilibrar. E sabendo que ela fez tudo o que podia e sabia, hoje, como mulher que se dá valor, sinto pena por ela não ter conseguido ver-se com o valor que tinha. E ainda dou por mim com o mesmo mindset.. como se o sofrimento fosse motivo de orgulho. Como se o fácil estivesse guardado para todos menos para mim. Como se não o merecesse. Tenho que me policiar ainda hoje para fazer a distinção entre as crenças dela e as minhas. 

Mas uma coisa eu aprendi, que sofrimento não é sinonimo de força. Não preciso sofrer para me sentir forte. Não tem que ser o difícil a dar-me valor.

E na realidade nunca me vi como forte e por isso não adoro quando me chamam assim. Sou corajosa, dou o peito às balas, vou com medo mesmo! Mas vou, sempre, com medo. E abano muito, por vezes por muito pouco. Abano e caio, e demoro a levantar-me. Sou emocionalmente instável, indecisa e insegura. Isso não é ser forte. Mas uma coisa eu sou.. corajosa. E tenho como meta, hoje, ser o mais feliz que consiga.

Venha de lá a aprendizagem, a terapia, a desconstrução de crenças que me limitam e eu a provar ao meu cerebro, às vezes, que somos melhores do que ele acredita. Porque se ninguém acreditou em ti, está na altura de tu o fazeres. Nem que seja por pirraça , por birra, por manha.. prova ao teu cerebro que ele está errado! Porque se não tiveste um pilar, serviste de pilar aos outros e isso esgota porque te vêm como forte quando tu te sentes em pedaços a precisar de colo e acolhimento. Dá-te esse colo. Não tens que ser tudo por todos.. sofrimento não é sinonimo de força. E cá entre nós, se não te vires como forte, pelo menos prova-te como corajosa!

O que peço à vida? Que nos guie num caminho mais calmo e leve, que nos dê clareza para aprender as lições sem porradas tão dolorosas e que sejamos fortes, muitos fortes, quando a vida assim o exigir. Mas não por escolha nossa.. repete comigo, sofrimento não é sinonimo de força.

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.