Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras...
Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.
Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras...
Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.
Viver com objetivos é o que te impulsiona a acordar todos os dias e fazer o que tem que ser feito. É o que te encoraja a lutar por uma vida melhor. É o que alimenta os teus sonhos e os faz crescer. Tenho para mim uma visão bem prática da vida (hoje em dia), em que viver por viver ou por ver andar os outros não nos preenche, não nos traz realização. Essa coisa de go with the flow é gira por uns tempos mas para a vida toda torna-nos vazios, sem rumo, sem propósito.
Só que por vezes acabas tão focada nos objectivos que não aprecias o caminho. Já te sentiste ansiosa pelo fim de semana ou pelas férias ou pela casa perfeita ou pelo emprego perfeito ou pela relação perfeita... O teu cérebro cria obstáculos à tua felicidade.
Quando tiver A pessoa serei feliz. Quando mudar de emprego serei feliz. Quando trocar de casa serei feliz... E assim vai passando a vida carregada de desculpas e deixando a felicidade para depois. O problema... é que a vida é agora. É o hoje, porque apesar de evitares pensar no fim, a morte pode estar ao virar da esquina. Seja quando for é a unica coisa que tens como certa. E para além de que alguns desses 'sonhos' nunca se irão realizar, ainda temos a parte de nunca estar satisfeitos, sabes porquê? Porque quando conseguires a casa, o emprego, o amor... Vais depositar a tua felicidade noutra coisa, porque essa é a necessidade do ser humano.
Como disse, eu acredito numa vida com objetivos e sonhos, com rota traçada em que sabemos para onde queremos ir. Mas não podes depositar a tua felicidade no futuro. Porque se não és feliz com o que tens também não serás lá à frente. Lembra-te que em algum momento sonhaste com o que tens hoje, e nem por isso te sentes mais feliz. Habituamo-nos à vitoria e ansiamos pela próxima.
Deves aprender a apreciar a tua vida hoje, enquanto lutas por melhor. Deves criar momentos bons também durante a semana. Rotinas que te agradem. Hábitos que te alimentem a alma e te façam brilhar, sem deixar para depois, para quando as férias chegarem, para quando... nem sabes se esse tempo virá.
E assim te pergunto: Se não pudesses mudar nada, hoje, a única vida que tens, hoje... estarias feliz?
Não me digas o que fazer. Não me digas como amar. Se o amor está presente eu saberei amar.
Não me digas que me amas, que sentes a minha falta. Se o amor está presente as atitudes estarão lá.
Não me digas que é incorreto o que sinto. Se o sentimento está presente, é valido.
Não me mintas. Se o amor está presente estarás a mentir aos dois.
Não me reprimas nem me prendas. Se o amor está presente terei vontade de ficar.
Não me iludas. Se o amor está presente, terás vontade de me surpreender.
Não esperes só bons momentos e good vibes. Se o amor está presente daremos as mãos e atravessaremos juntos.
Não deixes elefantes na sala crescer. Se o amor está presente a comunicação e verdade também estará.
Não me assustes. Se o amor está presente ver-me amedrontada é a ultima coisa que quererás.
Não me julgues por quem fui. Se o amor está presente mostrarei o que sou hoje e o que quero ser amanhã, para nós.
Não me rebaixes. Não me magoes. Se o amor está presente, isto não será uma guerra mas uma parceria.
Não me peças que baixe as minhas espectativas. Se o amor está presente, a relação impulsionará o nosso carácter e cresceremos juntos.
Não penses só em ti. Se o amor está presente, eu serei uma prioridade.
Não me recrimines por ficar desconfortável. Se o amor está presente eu vou crescer no desconforto.
Não me poupes verdades. Se o amor está presente eu saberei lidar com elas.
Não me habitues ao que não consegues manter. Se o amor está presente, vou querer-te por aquilo que és.
Não esqueças de alimentar a relação. Se o amor está presente, com falhas e acertos, conseguiremos manter a admiração um pelo outro.
Não esperes momentos perfeitos, estar não chega. Se o amor está presente faremos a nossa parte por um momento feliz. ... Não me digas que sou demais ou eu te pedirei para ires, e procurares menos.
Ter fé, seja lá qual for a tua crença, é pôr o pé e acreditar que o universo colocará o chão. É acreditar que o melhor está por vir. É acreditar em ti como nunca acreditaram. É saber que venha o que vier tu consegues. É saber que o que tens, consegues reconstruir em qualquer nova circunstância.
Mas a vida trocou-te as voltas, e trouxe-te experiências que com a mesma força com que te tiraram o medo, te fecharam num casulo de proteção e ceticismo. Sentiste-te sem medo porque o pior que podia acontecer, aconteceu. Mas não te apercebeste que a falta de medo não foi por coragem mas por falta de fé. Deixaste de acreditar na vida, deixaste de ver a beleza, deixaste de espalhar o que tinhas de melhor e nem te apercebeste. O preço a pagar por isso é caro, muito caro e tu vê-lo agora. Agora que te fechaste a sete chaves à espera que a vida corresse rápido e acabasse sem grandes dramas. Agora que já não esperas nada a não ser mais do mesmo porque não te permites viver, apenas sobreviver. Vês os meses a passar e na verdade sentes que desististe da vida, como se fosse um jogo que correu mal então queres acabar para recomeçar de novo. Mas essa prova da vida foi tão grande que reiniciar o jogo não basta. Queres morrer e voltar a nascer para que a próxima vida prometa mais e melhor. Como se tivesses fodido tudo nesta vez. Mas os meses passam e tu, que achavas que aguentavas até chegar a tua hora sentes-te a sufocar a cada dia que passa. É doloroso não sentir. É doloroso não saborear. É doloroso não conseguir sonhar, nem sequer imaginar um futuro feliz. Perguntam-te o que te impede de seguir os teus sonhos, as tuas metas, e a única coisa que te ocorre é que não tens nenhum deles. Esse vazio rasga-te a alma e a saída nem se vê lá ao fundo. Então percebes que afinal tens medo. Tens tanto ou mais medo que antes. Tens medo de não conseguir sair do buraco onde estás. Tens medo de não voltar a ver e acreditar no melhor da vida. Tens medo porque te sentes tão fragil ao ponto de não ousares abrir esse casulo porque te podes magoar de novo. E olha que acredito que todos já por lá passámos. Há feridas que demoram e outras deixam marcas para sempre. A minha roi-me há quase 3 anos.
Dói estar fechada à vida, mas é mais facil e pede muito menos coragem do que te abrires a ela. Dói esta estagnação e falta de entusiasmo mas é terrivelmente assustador permitires que a tua vulnerabilidade seja notada. Sentes como se o universo tivesse posto um sinal na tua testa "esta é para magoar" e fechas-te em copas. Não amas como antes, não permites como antes, não confias como antes, não dependes como antes, não és feliz, como já foste.