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Miss Gemini's Blog

Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras... Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.

Miss Gemini's Blog

Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras... Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.

Não é(s) para qualquer um

Uma vez falava das dificuldades que sentia no meu emprego, e alguém que conhecia a empresa disse-me que aquilo não era para qualquer um. Não no sentido de sermos mais do que os outros mas porque era realmente desafiante e era preciso estômago para lidar.


Hoje apercebo-me que acontece o mesmo comigo. Não sou para qualquer um. Nunca fui. Não sou fácil de lidar, exijo entrega, resiliência e paciência. Exijo tanto (ou mais) quanto tenho para dar. E não podia estar mais satisfeita com isso. Porque sei que quem fica, realmente merece o seu lugar.
Passei a minha vida a tentar encaixar-me. A calar-me para buscar aprovação exterior. A focar as minhas energias a fazer com que gostassem de mim. E esqueci-me de me perguntar se eu gostava deles. Esqueci-me de me questionar quem eu era.


Se tirares o teu emprego, a tua família, o teu estatuto, a tua conta bancária, as pessoas com quem te dás... Quem és tu?

Quando deitas a cabeça na almofada, do que te orgulhas? Do que tens medo? Quando tens um problema, ages ou reages? Quando erras, assumes? Conheces a tua realidade, os teus defeitos? Assume-los? Ou continuas a remar contra a maré e a tentar camuflar essas falhas?

Porque para mim ficou claro que aceitar o que sou me trouxe paz, não levou ninguém que não estivesse mais, e me permitiu ser genuína sem medo de ser abandonada de novo. Se acontecer não é abandono, é a paz de não estar rodeada com quem não me quer bem, não me respeita ou não me aceita pelo que sou. E todos nós, uns com mais falhas que outros, merecemos não nos questionar constantemente, não viver com receios e dúvidas por colocamos a nossa felicidade nas mãos de alguém de fora, não sentir constantemente que não chega.

Assumi a minha maneira de ser. Óbvio que quero melhorar, óbvio que quero trabalhar nas minhas falhas, mas para já é o que temos, e é mais do que o suficiente!

Com o que te alimentas?

Os tempos são turbulentos. As emoções ganham força e os pensamentos acompanham. Mas se há algo que podes aprender é a travar essa parafernália de pensamentos negativos quando as emoções te invadem. As emoções não as controlas, mas os pensamentos sim. E se não queres entrar no ciclo vicioso do negativismo, tens mesmo que aprender a controla-los. Haverá sempre um momento que te perturba, uma escolha difícil, uma desilusão que te tenta destruir. Aparecerá sempre o vitimismo, a pena de ti propria... mas o que decides fazer com ela? Tudo tem a importância que tu lhe dás. A tua perspectiva muda tudo. Queres remoer o que te magoa e alimentar a mágoa e a pena de ti mesma, ou queres aprender o que a situação tem para te mostrar e limpar o peito desse peso? Com o que alimentas o teu jardim interno?

Se há momentos em que uma dor não te traz nada de novo, outros há em que precisas de te recolher, acolher e assimilar o que a vida te quer ensinar. Mas nem nesses momentos te deves esquecer de quem és, e que o amor é o que de melhor tens para dar.

Tal como tu te sentes incompreendida nas tuas batalhas, qualquer um com quem te cruzes sente o mesmo em relação a si então não te precipites, pensa menos em ti antes de reagir, age mais com consciência e espalha o que tens de melhor, ou se assim não fores capaz, não espalhes nada.

Escolher sorrir nem sempre é fácil (e tu que o digas...) mas é sempre uma opção. É sempre uma possibilidade. Então dá o teu melhor a ti mesma. Só dependes de ti e parece-me que te dás tão pouco.

Será que amas mesmo?

Há pouco falava da falta do cavalheirismo que observo à minha volta, assim como das mulheres não aceitarem esses atos pela luta pela igualdade.


Hoje vejo que o problema vai bem acima disto. Vai das pessoas já não conseguirem ver uma relação como uma união para a vida. Um a proteger o outro, sempre. Um assumir que faz melhor algo, e o outro deixá-lo encarregar-se disso. E vice-versa. É as lacunas de um serem preenchidas pela virtude do outro. É ser inteligente. É ter a capacidade de fazer o outro feliz até quando isso implica fingir medo de baratas para que ele se sinta o King. Se a mim não me magoa e a ele o faz feliz, porque não? É trabalhar em equipa.

Numa relação onde os dois têm que assumir e ser capaz de exatamente as mesmas coisas há potencial a ser desperdiçado e depressa se entra numa 'guerra' um contra o outro, porque "se ele sabe fazer, porque não fez? Deixou para mim..." Ego e imaturidade.

Uma relação não é um contra o outro, é os dois a quererem o outro feliz. Sempre.
Porque nesta dinâmica, haverá mais homens a levar a mulher a jantar fora e a abrir-lhes a porta do carro (sentem-se mais necessários na relação), e haverá mais mulheres a passar camisas com um sorriso no rosto (porque perdem o medo de agradar ao outro). Tal como haverá mais mulheres a controlar as contas e homens a decidir os investimentos do casal, por exemplo. São só exemplos. Trabalho de equipa, cada um faz o que fizer melhor. Relações são difíceis! São difíceis de manter para uma vida inteira! Se entras a pensar "se isto complicar e eu sentir que estou melhor sozinha saio da relação" nunca irá funcionar. Vai ser difícil com qualquer um, só tens que começar a olhar mais para o que ganhas e menos oara o que perdes. É uma decisão que se toma, com muito respeito mútuo e maturidade.
Quando assumimos que a intenção do outro não é magoar-nos propositadamente, não é um ataque pessoal, temos outro nível de compreensão, comunicação e avaliação da situação. E muito menos reações que não buscam a solução. Repito, não é um contra o outro, ou não deveria ser.
Se escolhemos alguém para a vida, sabemos que haverá altos e baixos, arestas a limar e fases muito difíceis. Vai ser difícil acertar os pontos. Demora, é um acerta e erra longo, mas sem este processo... O que esperas para o teu futuro? Saltar de relação em relação quando fica difícil? Uma pessoa perfeita? (Que se for preciso até é mesmo à tua medida mas a fome do teu ego não te deixa ver?)
Deixo a reflexão,
para vocês e para mim.

S.

Benção perigosa

Para quem escreve há sempre uma porta, um refúgio, um porto seguro, uma forma de conseguir organizar as ideias ou libertar o stress. É na escrita que deixamos o que não temos coragem de falar. É na escrita que descobrimos os nossos desejos mais obscuros. É na escrita que tudo ganha forma. E perde. É na escrita que nos descobrimos.
Para quem escreve, os textos são uma extensão de si mesmo. Direi melhor, são o seu verdadeiro eu. Deixamos cair os muros e ficamos no estado mais puro e vulnerável possível. Libertam-se os demônios, assumem-se as loucuras, damos vida às versões mais sinceras de nós mesmos sem a moldagem a que a sociedade nos obriga a todos. No papel, as histórias podem ser inventadas mas terão sempre um fundo de verdade. As emoções são verdadeiras, os desejos deixam de ser reprimidos e as verdades saem nuas e cruas, diretas de onde dói. Sem filtro.


Se isto não é uma benção que cada escritor tem...


Mas como todas as bênçãos, tem as suas desvantagens, porque não se pode ter o melhor de dois mundos. Corremos sempre o risco de sermos lidos. E se isso acontecer, ficamos totalmente expostos. E magoamos, ainda que sem intenção.
Imaginas o que era alguém conseguir ler os teus pensamentos mais protegidos? Imaginas alguém saber exatamente o que te atravessa a alma? É este o risco que o escritor corre.


Porque um escritor não pode deixar de escrever, não tem outro escape, não tem outro hobbie que lhe permita libertar o que não tem mais lugar na cabeça. Para um escritor, quem lhe tira a caneta condena-o à loucura; essa mesma caneta que o expõe demasiado. Condenado à loucura ou ser descoberto...?


Ahhh a benção que não tem um escritor...

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