Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras...
Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.
Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras...
Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.
E se eu te disser que a dor cura? A dor tem o poder de te fortalecer. De te mostrar que a vida é realmente filha da mãe e que a tua única opção é seres mais forte. É ires buscar forças que não sabias que tinhas para a enfrentar. Quantas vezes a vida já te levou ao extremo e tu continuaste? É precisamente quando não tens escolha que as forças desconhecidas aparecem. É precisamente quando estás cansada de levar cacetadas que aprendes a não depender de nada nem ninguém. E não falo a nível físico... Falo do emocional. É a vida a ser vida, a doer - bem ordinária por vezes - que te ensina a protegeres-te, a dares-te o devido valor e a fazer escolhas melhores para ti. Saberes que, venha o que vier, tu aguentas. Saberes gerir as tuas emoções e não te deixares abalar tanto com fatores externos. Não depender das circunstâncias mas ir lá e fazer! É a dor que te traz a garra de ir mais além. Mais um dia, mais um passo. É a dor, por vezes indiscritivel, que te traz a sabedoria de te priorizares. Quando percebes que ninguém tomará conta de ti como tu mesma podes fazer... Uma nova vida se abre a ti. Sem medo da dor. Sem medo das quedas. Sem medo do que pode vir. Porque sabes que és forte. Não eras mas tornaste-te. Agradece por cada apertão que a vida te dá. E em vez de te vitimizares.. usa isso a teu favor. És e serás sempre a pessoa mais importante da tua vida. Espalha amor, mas não te quebres para tornar alguém completo. Porque quem deve ficar é quem acrescenta e não quem te diminui. Pára de te por a jeito de ser pisada. Pára de tratar como prioridade quem te vê como opção. E vê aquilo que já superaste sozinha. Vê o número de pessoas que juravas serem essenciais e te viraram as costas. E tu continuas aqui. Aproveita para crescer, e viver... Afinal o tempo está a passar, e se não fores fiel a ti mesma, não a vais recuperar. Queres escrever a tua história ou ser mais uma personagem na história de alguém? A questão não é se eles vão gostar de ti, é saberes que ficas bem se não gostarem. A questão não é se tens a certeza de que não te vão magoar, é saberes que superas se o fizerem. Aprende a fazer o que te chama independentemente das opiniões dos outros, aprende a fazer-te feliz, pois só assim podes acrescentar valor a quem te rodeia. Prioriza-te, acorda, e faz esta passagem valer a pena, para e por ti.
Vejo como ficam chocados com as minhas reações. Quando me esperavam em fanicos, eu apareço grata e feliz, onde vêm dor eu vejo superação, onde adoecem eu luto pela saúde. Esperam reações como aquelas a que estão habituados ter. Irrefletidas e totalmente emocionais. Não sabem lidar com os outros, não têm perdão a dar nem a pedir. Agem de cabeça quente, sempre, com a placa erguida a dizer "eu sou assim". E não entendem que ninguém "é assim". Senão eu ainda brincava com bonecas e sonhava com o castelo da princesa. Nós evoluímos, crescemos e podemos mudar quem somos. Espantem-se! Podemos atenuar os nossos defeitos, podemos trabalhar a caridade, a bondade e o amor ao próximo. Podemos fazer-nos de surdos para evitar guerras sem resolução. Engolir sapos pelo bem de outro. Pensar antes de falar e pormo-nos no lugar do outro. Podemos entender que nao somos mais do que partículas neste universo, que não levamos nada para a cova e que o que fica de nós é o amor que espalhámos. Perguntou-me se saberão sentir-se genuinamente felizes pela vitória de outro alguém, de coração cheio após uma boa ação desinteressada... É o melhor sentimento do mundo! Deitar a cabeça na almofada, sem nervos desnecessários, sem guerras, em paz e feliz por ter contribuído para alguma coisa na vida de alguém. Temos que nos conhecer, conhecer as nossas reações e molda-las para o benefício de todos. E porquê, perguntam vocês. Pelo simples facto de se tornarem seres humanos melhores que podem mudar a vida de alguém. Como alguém que te dá um sorriso no meio da rua e é o suficiente para te tirar do piloto automático cinzento do dia-a-dia. Como a empregada do café que hoje elogiou a tua roupa e te fez enfrentar o dia com outra confiança. Como o senhor da praça que te aconselhou a parar 5min e ouvir a natureza, e esses 5 minutos trouxeram-te de volta a ti mesma. Como o amigo que deixa o que está a fazer para te vir distrair dos teus demónios. Somos seres sociais... Precisamos uns dos outros para sermos felizes. Então aprendam a lidar uns com os outros, escolham as vossas batalhas (algumas não valem o esforço), acolham as vossas consequências, percebam que esta vida já está a acabar e é a única que temos... E lembrem-se que se podem tornar no ser humano que mais admiram, basta querer... E algum trabalho e dedicação. Por um mundo melhor.
Criou-se um ritual, minha mãe. No teu primeiro aniversário passado no céu criei (nada propositado) uma corrente de hashtag #cafezitopelarosa em que pus imensas pessoas a beber um cafezinho por ti. Cafés e sorrisos. Porque tu amavas!! E é dia de festa! No segundo repeti, porque só assim me fez sentido homenagear-te. Pôr o mundo a pensar em ti. No terceiro, hoje, não consegui não repetir. E cada foto ou mensagem para ti que recebo, me enche o coração mais um pouco! Percebi uma outra coisa. A cada 18 de Julho, eu pago os cafés a quem vier comigo. É uma necessidade, e só agora me apercebi. Que eu consiga sempre pagar todos os cafés que tu pagarias neste teu dia.
É tão bom ter quem te relembre neste dia. É tão bom conseguir espalhar o teu nome por aí. É tão bom ver que mesmo depois de partires ainda crias correntes, unes pessoas, espalhas amor.
O dia é teu, o sorriso é meu! Por todos os abraços que te pude dar, as risadas e as pancadas partilhadas. Por todos os arroz doce que me deste, os beijos, os cuidados, os detalhes e o amor. O cafezinho hoje é por ti. Por teres sido um mulherão que me ensinou a ser resiliente e abrandar mas não parar. Por me teres dado colo, e mo teres tirado quando precisei crescer. Por me fazeres acreditar no melhor das pessoas. Por me teres dado asas para voar para 2000km de casa. Por me teres amado, sempre, fosse merecido ou não.
Porque mesmo não estando aqui, és um amor maior. Obrigada, mãe. Para sempre o teu dia. Parabéns!!! Anima isso aí em cima como só tu sabes, que aqui a gente desenrasca-se...
Há quem relacione leveza com pessoas que julgam irresponsáveis ou inúteis. Que não se preocupam com nada e que deixam tudo para depois. Associam responsabilidades a pesos. Mas há quem, mesmo não tendo grandes preocupações, não consiga sentir-se leve.
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A base será sempre uma consciência tranquila e por isso é importante perdoar. Os outros e a nós mesmos.
𝗠𝗮𝘀 𝗲 𝗽𝗿𝗲𝗰𝗶𝘀𝗼 𝗺𝘂𝗶𝘁𝗼 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗮𝗹𝗲𝗺 𝗱𝗶𝘀𝘀𝗼.
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A meu ver, leveza é uma conquista.
É conseguires sentir-te leve apesar das circunstâncias, das dores e das desilusões. É seres a paz no meio do caos. É seres o teu próprio porto de abrigo. É entenderes que a reação do outro tem mais a ver com o outro do que contigo. É servir aos outros, assumir responsabilidades e fazer alguém feliz. É ficar feliz pelos outros. É ter como certo que apesar dos erros, fizeste o melhor que conseguiste e assim aceitar que todos, incluindo tu, erramos. É escolher ver o brilho em vez da escuridão. É escolher ver a bondade em vez da maldade. É acreditar no melhor das pessoas até que te provem o contrário. É saber que nem todos gostarão de ti, e viveres bem com isso. É aceitar que as atitudes dos outros são responsabilidade deles, e as tuas... Tua. É ter a confiança de que, aconteça o que acontecer, tu consegues!
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E nos intervalos de uma vida cheia de falhas, é conseguir rir de si mesmo, apreciar uma flor, um sorriso e um olhar meio atrapalhado. É dançar como se ninguém estivesse a ver, porque na verdade nada de mau pode acontecer, se virem. É tirar uma hora numa esplanada para ver as vidas a acontecer, e sonhar com elas. É ter tempo para si sem que se sinta egoísta. É cantar desafinado no carro. E no chuveiro.
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É aprender todos os dias a tratar-se como a amiga que mais adora, a pessoa que mais ama.
Hi mummy. Faz hoje 2 anos que senti o teu cheiro pela última vez. E para te ser honesta já não me lembro do teu abraço. Lembro-me dos teus dedos delicados a passear-me no cabelo quando te pedia colo. Lembro-me dos teus olhos a brilhar cada vez que voltava a casa, que voltava a ti. Mas não me lembro do teu abraço. Dizem que o luto tem várias fases... Eu como nunca passei nenhum não as consigo identificar. Parece-me que cada pessoa passa por ele à sua maneira, e certamente não é linear. Não há um avançar definitivo à próxima fase... pelo menos para mim não. Ainda não consigo sentir-me de coração cheio ao ver uma foto tua e saber que não te posso tocar. E na verdade, na maioria dos dias ainda me minto que estás de férias e vais voltar. Ainda não acredito que nunca mais te verei. Às vezes sim, mas na maioria dos dias, não. Ainda não me mentalizei que a vida te levou, para sempre. Que os teus sonhos te foram roubados assim. Que o teu (nosso) chão te foi tirado debaixo dos pés. Sei que foi o melhor, ires de férias. Sei que estás melhor agora. Sei que continuas comigo. Mas porra, mãe, sinto tanto a tua falta. Nada preenche este vazio, e se mais alguém me diz que o tempo cura e ameniza o que quer que seja sou capaz de ser mal educada. O tempo traz saudade e leva-te da memória. Não cura. Não está a curar e eu juro que estou a tentar. Amo-te muito, mãe. Boas férias.