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Miss Gemini's Blog

Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras... Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.

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Um diário sem folhas, um desabar de tudo o que não tem mais lugar na cabeça. Devaneios e desabafos de uma geminiana tão diferente e tão igual a tantas outras... Sinto mais do que demonstro, sei mais do que aparento.

25 de Dezembro

É 25 de Dezembro, e é o meu primeiro 25 de Dezembro sem ela, e sem eles. É o primeiro Natal sem pai nem mãe. E não. Não vou romantizar a coisa. Nao vou pôr luzinhas na nuvem negra que me segue. Nao vou fingir que este Natal me trouxe a grandiosidade de Deus, ou os sentimentos nobres. Não ha magia por aqui. Nao ha brilho. Não ha Mariah Carey. Não houve fotos. Não houve disposição.

Houve abraços e carinho, assim como irritação e falta de paciencia. Houve amo-tes, e chingamentos. E nao houve, não há magia.

Nao quero que pensem que nao houve reflexão, aprendizagem, gratidão e perdão. Houve, o ano inteiro. Porque uma das minhas metas é ser a minha melhor versão, todos os dias. E a minha melhor versão ainda é egoista, ainda aprende, ainda tem demonios (tantos!), ainda erra. E pelo que ouvi dizer, vai errar sempre.

Metade de mim é felicidade ao ver familias reunidas, a outra metade é dor por nao ter a minha. Metade de mim é alegria por ver pessoas a fazerem as pazes, a outra metade é frustração por nao haver pazes que os tragam. Metade de mim é prazer ao ver olhinhos que brilham com esta magia natalícia, a outra metade enraivece-se por nao a conseguir sentir este ano.

Tenho como garantido que daqui a 12 meses a minha melhor versao será bem melhor que esta. Tal como garanto nao espalhar este meu mau estar à minha volta. Tenho como certeza que vou trabalhar para que a magia volte a mim, mas este ainda não foi o ano.

Nao tenho boas memorias natalicias, para dizer a verdade so comecei a gostar e valorizar o Natal quando emigrei. A magia, as ruas cheias de gente sorridente, o cheiro a canela, o vinho quente, as decorações e musicas nas ruas, o meu pai, a família.

Desde aí que passei a ser apaixonada por brilhos, sons e sininhos. Pais natais e Mariah Carey. De maquina fotográfica na mao, nada me escapava. Queria guardar aquele sentimento bom no peito, o ano inteiro. Imaginam o quanto é frustrante sentir-se uma velha resmungona neste Natal?...

Sei que estou a olhar as coisas de forma errada. Da-me jeito, na verdade. Eu nao tive falta de entusiasmo este Natal. Eu tive falta de entusiasmo o ano inteiro, o que incluiu o Natal. Eu podia ter feito mais pelo Natal, podia ter estado com os que me transbordam, podia ter visitado uma exposicao de Natal e ter procurado a magia. Fechada em casa é obvio que ela não vem. É desta depressao que tenho que tratar, e eu sei disso, e eu faço por isso. Mas perceber que ainda estou longe de la chegar apesar da força de vontade, mexe com a nossa calma e compreensão.

Desculpem se vos toquei com a minha sombra hoje, mas se me seguem por quem sou, tambem vos devo isto. Acreditem que metade da Sofia quer muito que tenham passado um Natal MARAVILHOSO com tudo aquilo a que têm direito, mas a outra metade está a sofrer.

Que a luta continue, que a coragem se multiplique e que nunca queira ser/estar quem nao sou. Nao mais.

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