Enquanto fizer bem

"Enquanto fizer bem" sempre foi o que dissémos. Mas não foi, de todo, o que  fizémos. Porque só uns ingênuos pensam que so vai fazer bem, que só valerá a pena se fizer bem. Esquecemo-nos dos altos e baixos, dos dias menos bons, das discussões que magoam. Esquecemo-nos de que as pessoas dizem coisas que nao querem, nao sabem expressar as suas emoções e deixámos a porta aberta a joguinhos de quem precisa menos. E mimimis. E perderam-se os mimos, os abraços quentes, os labios cheios de saudades, as noites de conversas, as videochamadas de tarados. A cama virou só para um de cada vez. As refeições juntos deram lugar a silencio. Os dias tornaram-se longos e desinteressantes. Perdeu-se o discurso, perdeu-se a vontade.

E a vida deu-nos nova hipótese! Já viste? Depois de ouvirmos o outro, de sentir o que era perdê-lo, de reconhecer onde tinhamos errado, de pedir desculpa. Tínhamos tudo para agarrar na leveza que conhecemos e ser felizes daí para a frente. Mas mais uma vez, não conseguimos.

Porque o amor so nao chega. Porque o orgulho atrapalha. Porque joguinhos não levam a lado nenhum. Porque às vezes o melhor é aceitar que não da certo. Porque o que dois nao querem, um nao faz.

S.