Hoje queria-te encontrar como raramente me apetece

Acordas com a sensação estranha de que algo te falta.  Podia ser mais uma manhã, igual a tantas outras, mas o teu corpo desperta e não se envergonha de to mostrar. E tu lembras-te, nesse momento, há quanto tempo te tinhas esquecido de ti como mulher para te consacrares ao papel de mãe, irmã, amiga, adulta responsável, resolve problemas, atura crises, ouvido de serviço.. 

Hoje é um "daqueles" dias...

Já todos ouvimos falar da nova geração de mulheres, difíceis de amar, independentes, exigentes e felizes sozinhas.. Sim sou dessas que preferem estar sozinhas a assumir uma relação que não as satisfaz.. antes só que mal amada como se diz por aí. Sim habituei-me a estar e a viver sozinha. O meu espaço é-me necessário mas o mimo também, e esse quanto mais melhor.

E hoje é um "daqueles" dias.

Vá.. Deixemos de ser hipócrita, preciso de bem mais. Porque mesmo sendo uma mulher independente sou uma apaixonada por natureza, vivo de amor, e é na partilha, no frio na barriga, na respiração que me falha e nos olhos a brilhar que tudo ganha sentido.

Preciso de mimo, de borboletas na barriga, de me sentir nas nuvens, de cumplicidade, de vontade e à-vontade. Preciso de perder a noção do tempo, de esquecer que o telemóvel existe, de me perder, encontrar, sentir, viver!

Perder-me com alguém que me complete.. E aos que acham que me refiro apenas ao físico, estão longe de saber o que satisfaz uma mulher.

Hoje queria esquecer este mundo, esta realidade, estes pesos de responsabilidade e entregar-me a algo que me preencha, voltar a acreditar que posso vencer este mundo e o outro e que tudo vale a pena.

Hoje queria sentir o frio na barriga de uma nova era.

Hoje queria sentir-me a rainha do teu mundo. Ou permitir-te que fosses o príncipe do meu.

Hoje queria-te te encontrar como raramente me apetece.

Hoje... Não só hoje... Mas principalmente hoje.

S.